Outros pontos como a luta contra o terrorismo e o desmatamento, que são de competência dos governos nacionais da União Europeia, ainda precisam passar por um complexo processo de ratificação, nos parlamentos de cada um dos países que compõem o bloco. Por enquanto, apenas Bulgária, Estônia, Hungria e Eslováquia completaram o processo.
O acordo com Cuba vem num momento em que a relação do país com os Estados Unidos está crítica. Os americanos têm acusado o governo cubano de promover ataques sônicos contra 24 diplomatas presentes na ilha, que relataram sintomas como perda de audição e problemas cognitivos, entre o final do ano passado e agosto deste ano. O chanceler cubano chama as acusações de totalmente falsas e disse que essa é uma estratégia do governo americano de prejudicar as relações bilaterais.
Em resposta, 17 diplomatas cubanos foram expulsos dos Estados Unidos, e os turistas americanos estão sendo desestimulados a visitar Cuba. A aproximação com os europeus chega em boa hora para o regime castrista.
O acordo segue as bases estipuladas nos Acordos da Organização Mundial de Comércio, mas não é entendido como um acordo comercial, conforme afirmou a relatora Elena Valenciano. Por enquanto, o acordo só começa a vigorar parcialmente — e vale apenas para questões comerciais e de cooperação.
Nesta quarta-feira, começa a valer o acordo entre União Europeia e Cuba, que normaliza as relações diplomáticas entre os dois países. O chamado Acordo de Diálogo Político e Cooperação, foi assinado em dezembro de 2016 e ratificado em julho deste ano, depois de dois anos de longas negociações e difíceis entraves, especialmente em relação a direitos humanos.