O líder norte-coreano Kim Jong-un cumprimenta o presidente sul-coreano Moon Jae-in ao chegar na Zona Desmilitarizada, na sexta-feira (27) (Foto: Host Broadcaster via Reuters)

O presidente sul-coreano Moon Jae-in e o líder norte-coreano Kim Jong-un já estão juntos em Panmunjon, onde realizam um encontro histórico nesta sexta (27, horário local).

Após se cumprimentarem, Kim cruzou a pé a linha de demarcação militar que separa os dois países, acompanhado por Moon. Eles estão sendo escoltados por uma guarnição de honra até a Peace House, edifício que abrigará a cúpula e que está localizado na margem sul da fronteira intercoreana. Foi neste local que o cessar-fogo de 1953 entre os dois países foi assinado.

Até há pouco seria inimaginável que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, se sentariam à mesma mesa para tentar estabelecer a paz na península e o fim do programa nuclear promovido pelo governo de Pyongyang.

A agência norte-coreana KCNA afirmou que Kim pretende “discutir de coração aberto com Moon Jae-in todas as questões com objetivo de melhorar relações intercoreanas e alcançar paz, prosperidade e reunificação da península coreana”.

Kim é o primeiro líder norte-coreano a pisar em solo sul-coreano desde o final da Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um cessar-fogo em vez de um tratado de paz.

O início da conversa entre os dois líderes está marcado para as 10h30. A comitiva da Coreia do Sul terá sete pessoas, e a do Norte, nove. Os dois grupos farão uma pausa para o almoço e depois Moon e Kim irão plantar juntos um pinheiro, em um ato simbólico de união.

Entenda como os líderes das 2 Coreias decidiram se reunir

Depois da chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a Coreia do Norte iniciou uma série de testes de mísseis balísticos e nucleares que provocaram reações enérgicas de Washington e de Seul, novas e firmes sanções internacionais, além de provocar o temor de uma guerra na região.

Também parecia impensável que Trump e o ditador norte-coreano aceitassem se reunir, um encontro previsto para ocorrer no final de maio ou começo de junho, depois de uma série de ameaças e troca de insultos pessoais.

Tudo mudou em janeiro, quando Kim mostrou abertura para dialogar com a Coreia do Sul durante seu discurso de Ano Novo. O ditador norte-coreano anunciou que estava disposto a enviar uma delegação aos Jogos Olímpicos de Inverno, que seriam realizados em fevereiro em PyeongChang, no país vizinho.

Mas uma figura essencial neste processo é o presidente sul-coreano, que chegou ao poder em maio de 2016, disposto a conversar com a Coreia do Norte, revertendo a postura adotada por sua antecessora, Park Geun-hye, que foi presa por corrupção.

Jogos da Paz

A aproximação promovida por Moon, unida à disposição do Norte em dialogar e à suspensão dos testes de mísseis no fim de novembro, geraram frutos nos Jogos Olímpicos de Inverno, um evento repleto de gestos de grande valor simbólico para a reconciliação.

Durante os chamados “Jogos da Paz”, Norte e Sul desfilaram sob a bandeira unificada e competiram com uma equipe conjunta de hóquei no gelo. O evento também propiciou uma série de visitas de alto nível, que deixavam para trás, pelo menos temporariamente, as tensões.

 

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