(foto: Miguel Schincariol/AFP)

Para não ficar “solteiro” nas eleições de outubro, o PSB decidiu apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PDT). Em reunião ocorrida nessa quarta-feira (28/6), governadores pressionaram o partido a unir forças com Ciro, ainda que a reunião de Executiva nacional tenha sido adiada. A coalizão entre pessebistas e pedetistas ocorreu endossada pelo governador Márcio França (PSB), mas foi definida mesmo pelos caciques pernambucanos que se encontraram com o candidato nas últimas semanas. Entre eles, o vice-presidente nacional do PSB, Paulo Câmara, governador do estado.

Fechar com o PSB era uma tarefa a ser cumprida cuidadosamente, ainda mais depois que o partido anunciou um namoro discreto com os tucanos. O ex-governador de São Paulo e também candidato ao Planalto, Geraldo Alckmin (PSDB), disse até que subiria nos palanques de França para reeleição como governador do estado. Foi Márcio França, aliás, que tratou de costurar o relacionamento dos pessebistas com Alckmin, rejeitado por parte dos filiados.
“O Márcio queria fazer coalizão com o Alckmin mas não deu certo, eles não queriam ceder um vice. Essa conversa com Ciro parece ter deixado essa possibilidade mais aberta, mas quem definiu a aliança foi Pernambuco. São Paulo estava inclinado a continuar negociando, mas não dá mais tempo. Estamos em cima da hora. Não adianta dizer que o eleitor só vai se interessar pelo pleito em agosto”, detalhou um dos dirigentes do PSB.
A assessoria de imprensa do PSB, entretanto, disse que “nenhuma decisão será efetivamente tomada sem que haja reunião da Executiva Nacional”.

Outras forças

Desde que lançou Ciro Gomes como candidato à Presidência da República, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que seria necessário buscar uma aliança com outras forças. Colocou-se à mesa a ideia de aproveitar a falta de um candidato petista para angariar os votos que seriam de Lula. Um dos obstáculos neste plano era evitar a rejeição dos anti-lulistas, considerados parte do quinhão de eleitores de Ciro, esquerdista inclinado para o centro.
Uma das ideias é aproveitar o tempo de tevê do DEM. O candidato oficial do partido é o presidente de Câmara, Rodrigo Maia, que tem menos de 1% de aceitação nas últimas pesquisas. O político fluminense deve acabar tentando a reeleição como parlamentar e, por isso, tece novas possibilidades. Entre o leque de opções estaria Ciro.
“No cenário atual, não há ninguém tentando amarrar tantos acordos, em tantas frentes e com pessoas de perfis tão diversos quanto o candidato pedetista”, explica o cientista político Thiago Vidal, gerente de análise de Prospectiva.

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