Atualmente, o Podemos de Salvador integra a base do governador Rui Costa (PT), mas essa relação anda estremecida. Membros do partido têm reclamado publicamente do espaço concedido à sigla dentro do grupo, como é o caso do líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador (CMS), o vereador Sidninho. Para ele, o Podemos municipal “não está contemplado”. “O partido hoje tem três vereadores, com alguns suplentes fortes. O projeto 2020 está forte, [o deputado federal] Bacelar é candidato a prefeito. É uma decisão partidária municipal, e se o governador realmente tem interesse no Podemos nesse projeto, ele tem que fazer algum gesto”, cobra o vereador em entrevista ao Bahia Notícias.
Em seu primeiro mandato, o edil aposta no crescimento de seu partido no cenário político da capital baiana. Ele acredita que a legenda terá um crescimento na próxima janela partidária, inclusive com a entrada de políticos que hoje compõem a base do prefeito ACM Neto (DEM) no município.
Ao falar sobre seu trabalho na Câmara, Sidninho abordou projetos de grande impacto social, como a Previdência Complementar, que está no início da tramitação, a isenção do ISS para as empresas de ônibus do sistema de transporte coletivo, que foi concluída recentemente, e a regulamentação do serviço de aplicativos de transporte, que voltou à pauta da Casa. O presidente da CMS, vereador Geraldo Júnior (SD), já marcou a votação desta matéria para o próximo dia 28, mas a oposição pretende pedir vista nesta segunda-feira (19).
“O projeto foi encaminhado para Lorena Brandão como relatora na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]. Ela puxou o projeto para si, fez diversas audiências públicas, reuniões com as empresas, com usuários, com os adeptos dessas empresas. Só que o projeto não carece apenas de um voto. Então, o que ela fez até hoje não me fala nada. Ela, como relatora, deveria ter ouvido as partes, os pares. Se ela fez algum comprometimento com os motoristas, esse foi um comprometimento individual”, critica o vereador. Para ele, o relatório da colega sofreu muita influência das empresas interessadas, a exemplo de Uber e 99pop.
Com isso, o objetivo agora é equilibrar o texto, que atualmente possui mais de 50 emendas de orçamento, para “fazer alguma manobra legal” que atenda aos pleitos dos taxistas. Ainda assim, Sidninho acredita que a votação não será adiada. Ao longo da entrevista, ele detalha esse e outros pontos sobre as votações da Câmara, sua liderança e as projeções do Podemos na capital.
Fonte: Bahia Notícias