A depressão é uma das principais causas que leva a tendências suicidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou a doença como o principal motivo de incapacidade de realização das tarefas cotidianas entre jovens de 10 a 19 anos. A depressão tem se mostrado cada vez maior nesta faixa etária, por isso o Ambulatório de Psiquiatria do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia e vinculado à Rede Ebserh (Hupes-UFBA/Ebserh) recebe cerca de 40 crianças e adolescentes mensalmente em busca de tratamento para depressão.
O atendimento no Ambulatório de Psiquiatria para crianças e adolescentes acontece todas às terças-feiras pela manhã. No entanto, para serem atendidos, os pacientes devem ser encaminhados, via regulação, por uma Unidade Básica de Saúde.
Segundo a OMS na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio, onde no Brasil é a quarta maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos.
O Hupes destaca que a depressão é o transtorno de humor que se caracteriza por tristeza e o desinteresse, associados a transtornos de sono, de alimentação e somáticos como tonturas e taquicardia. Nas crianças, a falta de prazer em atividades habituais pode ascender o sinal de alerta, enquanto nos adolescentes a automutilação e o isolamento podem indicar traços de depressão.
A médica Aline Sampaio, professora do Departamento de Neurociências e Saúde Mental da UFBA e psiquiatra do Hupes, alerta que as crianças e adolescentes nem sempre dão sinais tão característicos da doença. “É mais comum que eles apresentem irritabilidade, agitação, explosões de raiva e agressividade, tristeza, sensação de culpa e de melancolia. O que nós aconselhamos é tentar entender o contexto do filho, principalmente, observar a duração desses sentimentos (mais de um mês já é preocupante), a intensidade e de que maneira eles estão afetando a vida”, descreve.
Fonte: Bahia Notícias