Como tentativas de demonstrar que as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco continuam em andamento da esfera estadual, evitando assim a federalização do caso, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), novas provas relacionadas ao crime.
A Terceira Seção julgará, na tarde desta quarta-feira ( 27), um pedido da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge para transferir as apurações do homicídio, hoje tocadas pela Polícia Civil estadual, para a alçada da Polícia Federal. “Apostamos 100 contra um que o caso não vai ser federalizado”, disse a VEJA um integrante do Ministério Público estadual que acompanha o caso.
O principal argumento da procuradoria-geral da República para que as investigações saiam da alçada da Polícia Civil do Rio e do Ministério Público estadual seria a dificuldade dos atuais investigadores de descobrirem os mandantes da morte da vereadora, executada em março de 2018 ao lado do motorista Anderson Gomes.
Familiares da vereadora do PSOL são contrários à federalização do caso por considerarem que avanços obtidos pelos investigadores do Rio poderiam se perder com a retirada do processo das mãos das autoridades estaduais.
De acordo com reportagem da Veja, uma eventual ingerência do presidente Bolsonaro na Polícia Federal, após ele ter conseguido trocar o superintendente da PF no Rio, também é citada por investigadores do Rio como um fator que tende a pesar contra a federalização. Um inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) investiga denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que Bolsonaro tentou aparelhar politicamente a corporação para supostamente proteger amigos e familiares.
Em outubro de 2019, veio a público a informação de que um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde o presidente Bolsonaro tem casa, disse à Polícia Civil que uma voz que ele identificou como de “seu Jair” autorizou a entrada de Élcio Queiroz no condomínio no dia do assassinato de Marielle. Queiroz e o ex-policial Ronnie Lessa, que também morava no mesmo condomínio, estão presos apontados como os executores da morte da vereadora e do motorista Anderson Gomes. Conforme revelou a Veja, o porteiro depois voltou atrás e afirmou que se enganou ao envolver o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco.
Fonte: Bahia Notícias