O governador Rui Costa foi convidado a prestar esclarecimentos durante sessão remota da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) sobre a compra frustrada de respiradores pelo Consórcio Nordeste, que resultou em um prejuízo financeiro de R$ 49 milhões para os nove estados da região e R$ 9,8 milhões para a Bahia.
Autor do convite endereçado em ofício ao presidente do Legislativo baiano Nelson Leal (PP), o deputado Paulo Câmara (PSDB) declarou que espera de Rui um ato de grandeza e transparência ao comparecer na AL-BA para responder aos questionamentos dos deputados.
“O parlamento até o momento não se posicionou. Estamos sabendo as coisas pela imprensa e ainda restam muitas dúvidas. Até a saída do chefe da Casa Civil, Bruno Dauster, causou surpresa na base do governo. Queremos saber o que está acontecendo”, disse Câmara em entrevista ao Bahia Notícias.
Como presidente do Consórcio Nordeste, o governador da Bahia foi o responsável pela compra que agora é investigada pelo Ministério Público Federal. O presidente do Legislativo deve analisar o pedido e pode ou não se pronunciar sobre o convite.
ENTENDA O CASO
A compra dos ventiladores que agora é algo de investigação por deputados, Polícia Civil e o Ministério Público Federal foi concretizada pelo governo da Bahia, que pagou adiantado pelos produtos que nunca foram entregues.
Foi a gestão do governador baiano que, inicialmente, denunciou e deflagrou a Operação Ragnarok para apurar irregularidades na empresa que recebeu pelos equipamentos, a Hempcare Pharma.
No entanto, a investigação tomou outros rumos. Dias após a deflagração da Ragnarock pela Polícia Civil da Bahia, a dona da empresa Hempcare, Cristiana Prestes, um dos alvos da operação, citou o ex-chefe da Casa Civil do estado, Bruno Dauster, como o principal responsável pelas negociações envolvendo os respiradores. Segundo ela, que chegou a ser presa temporariamente, Dauster foi quem a procurou e ele conduziu “99,9%” das tratativas. O chefe da Casa Civil da Bahia foi exonerado após a declaração.
Após ter seu nome associado à compra mal sucedida de respiradores, o ex-secretário afirmou que sempre agiu “com absoluta transparência e rigor ético” e que deixou a pasta para evitar a politização do tema.
Fonte: Bahia Notícias