Não há garantia de que os Jogos Olímpicos de Tóquio acontecerão entre julho e agosto deste ano. A afirmação foi feita pelo membro mais antigo do Comitê Olímpico Internacional (COI), o canadense Richard Pound, em entrevista concedida à britânica BBC, nesta quinta-feira (7).
O temor do dirigente se justifica diante do estado de emergência decretado nesta semana pelo governo japonês por conta de novos casos de corovanírus. Apenas na capital, foram registrados 2.447 testes positivos.
— Não posso ter certeza porque os surtos do vírus continuam sendo um elefante branco na sala — disse Pound.
A pandemia causou o adiamento do maior evento do esporte mundial pela primeira vez em sua história. Anteriormente agendada para 2020, a Olímpiada foi transferida para ocorrer entre 23 de julho e 8 de agosto deste ano.
A reportagem inglesa ainda cita uma pesquisa feita pela emissora japonesa NHK, onde a maioria da população do país se mostrou contrária à realização dos Jogos em 2021, se mostrando favorável a uma nova mudança de data ou até mesmo ao cancelamento total.
Pound, no entanto, vislumbra uma boa oportunidade de que a Olimpíada se apresente como um exemplo para a sociedade, caso os esportistas sejam todos vacinados antes de viajarem ao Japão.
— Os atletas são importantes modelos e, ao tomarem a vacina, podem enviar uma mensagem poderosa de que a vacinação não é apenas uma questão de saúde pessoal, mas também sobre solidariedade e consideração pelo bem-estar de outras pessoas em suas comunidades — declarou o dirigente.
O governo japonês garantiu que, pelo menos, 540 milhões de doses de vacinas seria distribuídas à população. Entretanto, o distribuidor de uma das marcas (a Moderna Inc) acredita sua versão não será aprovada antes de maio, devido às exigências locais.
De acordo com a matéria, os custos da organização aumentaram em 2,8 bilhões de dólares (mais de R$ 68 milhões) para que fossem adotadas medidas sanitárias capazes de prevenir a disseminação do vírus.