A prefeitura de Salvador vai realizar um censo socioeconômico para levantar informações sobre as baianas de acarajé que trabalham na cidade e nas ilhas soteropolitanas. A política integra o Plano de Desenvolvimento do Turismo Étnico Afro de Salvador e deve nortear ações do município para esse segmento, incluindo pequenos reparos e intervenções necessárias nos pontos de venda.
Segundo o secretário municipal de Cultura e Turismo, Fábio Mota, o estudo visa descobrir quais “as dificuldades e necessidades a fim de melhorar seus pontos de venda em logradouros públicos, garantindo maiores ganhos financeiros, contribuindo, ainda, com a melhoria da imagem do turismo de Salvador”.
De acordo com a Secult, esta é a primeira vez que a gestão toca uma iniciativa neste sentido. “É uma ação inovadora”, apontou Fábio Motta. “Por este motivo estamos fazendo este trabalho de mapeamento e conhecimento do quantitativo e realidades dessas baianas, para posteriormente executar as ações necessárias”, acrescentou.
Desde a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as baianas – assim como outros profissionais do comércio ambulante da capital baiana – foram diretamente atingidas pelos impactos da crise sanitária. Representante da categoria, a Associação Nacional das Baianas de Aracajé (ABAM) chegou a lançar, em agosto do ano passado. uma campanha virtual para arrecadar doações e ajudar financeiramente algumas trabalhadoras. Na época, a presidente da associação afirmou que 35% das baianas não estavam trabalhando.
Sobre as dificuldades que as profissionais sofrem desde o início do período pandêmico, Mota disse que foram distribuídas 120 cestas básicas para as que estavam cadastradas junto à ABAM e que não foram contempladas pelo programa municipal “Salvador por Todos”.
Além das baianas de acarajé, o Plano de Desenvolvimento do Turismo Étnico-Afro de Salvador inclui outros segmentos, como capoeiristas, artistas, músicos, trançadeiras, turbanteiras, representantes de blocos afros, de terreiros de religiões de matriz afrobrasileira, igreja católica e empresários.
“Para a implementação do plano serão investidos R$ 14,9 milhões provenientes de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Prodetur. A proposta vai beneficiar toda a cadeia que faz o turismo étnico-afro na cidade através de capacitação, qualificação, articulação de rodadas de negócios e projeção da cidade aos principais mercados emissores nacionais e internacionais”, finalizou o titular da pasta municipal de Cultura e Turismo.
Com abertura dos envelopes com as propostas marcada inicialmente para esta segunda-feira (26), a licitação para escolher a empresa responsável pelo censo socioeconômico ainda está indefinida em razão de impugnação ao edital. Uma nova data será marcada pela prefeitura.
Fonte: Bahia Notícias