A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta quinta-feira (26), a realização de teste clínico no Brasil de mais uma candidata à vacina contra a Covid-19. Trata-se do imunizante desenvolvido pelo Senai Cimatec em parceria com o laboratório americano HDT Bio Corp. A vacina terá sua primeira etapa de testes conduzida pelo Instituto Senai de Inovação (ISI) em Sistemas Avançados de Saúde do SenaiI Cimatec, em Salvador (Bahia). A estimativa é que, em um ano, após três fases de testes, a vacina esteja pronta para produção no Brasil.
O estudo de Fase I está previsto para iniciar em setembro e custará R$ 6 milhões, investidos pelo Senai Cimatec. O objetivo principal desta etapa é avaliar a segurança e a reatogenicidade do imunizante, ou seja, a capacidade de a vacina gerar reação adversa (ou colateral) local ou sistêmica no organismo. Além disso, o estudo prevê ainda avaliar a imunogenicidade da vacina, que diz respeito a sua capacidade em gerar a produção de anticorpos.
A vacina utiliza tecnologia de RNA de terceira geração: uma molécula de repRNA (replicon de RNA) que, em contato com o organismo, se autoamplifica, gerando então o RNA mensageiro que irá ensinar o corpo humano a produzir os anticorpos para a proteção contra o vírus. Dessa forma, o diferencial dessa tecnologia são respostas imunes mais robustas, induzindo imunidade protetora a longo prazo e em níveis de dosagem mais baixos, com potencial para aplicação em uma única dose.
A tecnologia utilizada permite que o processo produtivo seja rápido e escalonável, utilizando menos componentes e etapas, quando comparada a métodos tradicionais. O imunizante integra um plano de desenvolvimento global, que está sendo realizado no Brasil, EUA e Índia, por meio de uma parceria com a HDT Bio Corp, sediada em Seattle (USA), detentora da tecnologia e com a biofarmacêutica indiana Gennova. No Brasil, a pesquisa conta com o apoio científico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Fonte: Bahia Notícias