Bolsonaro e presidente da Colômbia dizem que vão trabalhar juntos pela Amazônia na COP26
Foto: Reprodução / Flickr Palácio do Planalto

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido), e da Colômbia, Iván Duque, afirmaram nesta terça-feira (19) que ambos os países devem trabalhar de forma conjunta na reunião global do clima da ONU, a COP26. O encontro começa em 31 de outubro em Glasgow, na Escócia.
 

“Com toda certeza, chegaremos unidos em Glasgow para tratarmos de um assunto muito importante e caro para todos nós: a nossa querida, rica e desejada Amazônia”, disse Bolsonaro, em pronunciamento após a reunião de trabalho das delegações brasileira e colombiana.
 

Iván Duque realiza uma visita oficial ao Brasil. Ele esteve em São Paulo na segunda-feira para encontro com empresários e, nesta terça em Brasília, cumpriu agenda de trabalho com Bolsonaro e ministros.
 

Na declaração, o colombiano defendeu que os países da região amazônica cuidem do bioma dentro da sua soberania.
 

“A Amazônia para nós é um território muito valioso e nós cuidamos dela dentro da nossa soberania. É também muito importante que essa defesa [do bioma] traga consigo uma luta eficaz contra os crimes ambientais”, afirmou Duque.
 

“A Colômbia avançou nesse aspecto, e o Brasil também tem feito o mesmo –e quero destacar os esforços que neste ano já registraram resultados notáveis na luta contra esses crimes que tanto nos doem a todos”, disse o líder colombiano.
 

“Nós compartilhamos também dessa ideia de chegarmos a Glasgow –os países da região amazônica– com uma mensagem inequívoca de proteger esse território e de reconhecer que, apenas conservando-o, podemos chegar a capturar mais de 2 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa por ano”, continuou.
 

“Isso reafirma que a nossa voz em Glasgow será não apenas a de trabalhar pela transição energética e pela redução de emissões, mas também alcançar a neutralidade de carbono e fazê-lo com uma grande proteção dos nossos bosques tropicais e da nossa Amazônia”, disse Duque.
 

Em Glasgow, dezenas de países vão se sentar a mesa para negociar a agenda ambiental, entre elas a regulação dos mercados de carbono.
 

O Brasil chega à reunião desgastado por um histórico de declarações antiambientais de Bolsonaro e por meses consecutivos de avanço no desmatamento.
 

Nos meses de julho, agosto e setembro, os registros de focos de queimadas na região foram os menores desde que Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
 

Entretanto, os índices continuam em patamares muito altos. O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamento na Amazônia na série histórica recente, segundo dados do Deter, do Inpe. Com pouca diferença, somente o período de 2019-2020 foi mais destrutivo para o bioma.
 

As informações apontam que, de agosto de 2020 a julho de 2021, foram derrubados cerca de 8.712 km² de floresta, queda de aproximadamente 5% em relação aos 9.216 km² do período anterior. O histórico recente do Deter tem início em 2015.
 

O Brasil teve historicamente um papel de líder nas discussões globais sobre clima e meio ambiente.
 

Nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, diante de uma agenda abertamente hostil à políticas de preservação, Duque tentou posicionar a Colômbia como líder regional para o tema.
 

Ele lançou em 2019 o Pacto de Leticia, reuniões de países amazônicos para debater questões de proteção ao bioma.

Fonte: Bahia Notícias

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