A Federação de Rugby da Bahia (FRB) se tornou, na última semana, a primeira do Nordeste a ter sua filiação aprovada pela Confederação Brasileira da modalidade (CBRugby). Desde 2009, apenas seis estados faziam parte da entidade nacional: São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Com a conquista, o presidente da FRB, Diego Hamilton, já planeja uma evolução do esporte no estado, especialmente pela possibilidade de participar de competições nacionais.
“Temos visto um aumento exponencial na nossa imagem. Politicamente também é importante. A Bahia começa a ter voz nas decisões do Rugby. Já participaremos das competições nacionais. Isso é um dos grandes feitos. A gente fazia os campeonatos da Bahia, e o campeão não tinha acesso a outra competição. Não jogava nacional, uma Copa do Brasil… Isso era muito ruim. Agora não, já temos um caminho, estamos aceitos em todas as competições nacionais. É tanta competição que a gente vai ter esse mês e o ano que vem para digerir isso e entender como nossos clubes vão jogar todos esses jogos”, contou.
Esporte praticado de forma 100% amadora na Bahia, o rugby também está em busca de uma profissionalização. Diego afirmou que, durante a pandemia, realizou um Congresso Técnico com os clubes, em que ficou definido um plano para os próximos 15 anos.
“São ações que vamos fazer para chegar onde queremos. Ampliar o número de cidades que praticam rugby, de regiões, patrocinadores, competições (…) Previmos a semiprofissionalização daqui a dois, três anos, e uma profissionalização daqui a 10, 12 anos”, revelou.
Recentemente, quatro atletas do estado foram convocados para a seleção brasileira, tanto no masculino quanto no feminino, nas modalidades Sevens (com sete jogadores) e Union (tradicional, com 15 jogadores): um do Porto Seguro Rugby, Yarley; e três do Adustina, Hanna, Ketely (ambas do Sevens) e Everton.
Atualmente, além de comandar a FRB, Diego Hamilton é presidente do Porto Seguro, desde 15 de janeiro de 2020. “A gente fez um modelo de gestão na federação para que os presidentes de clubes, ligados ao esporte, possam assumir cargos, porque temos um Conselho Colegiado, então conseguimos. Graças a Deus ainda não estamos na fase de política ferrenha de federações. Estou ligado ao Porto Seguro, estamos crescendo como todos os clubes da Bahia. Já voltamos aos treinos. Temos escolas para visitar, alunos querendo praticar. Confesso que a gente não está dando conta. Porque são poucas pessoas envolvidas na parte de gestão. Estamos perdendo prazos, inclusive, mas vamos seguindo”, afirmou.
MODALIDADE NA BAHIA E NO BRASIL
Inventado em 1845 na Inglaterra, o Rugby nunca adquiriu muita popularidade no Brasil. A prática consiste em dois times se enfrentando, com 15 jogadores cada, no tradicional, em um campo no qual o objetivo é levar a bola, oval, até a linha de fundo. Os jogadores seguram a bola com as mãos e só podem efetuar passes para o lado ou para trás. Com os pés, eles podem chutar para a frente.
A modalidade participou dos Jogos Olímpicos em cinco oportunidades. Em 1900, 1908, 1920 e 1936, ele foi praticado na modalidade Union. O esporte voltou ao calendário na Olimpíada do Rio de Janeiro, na modalidade sevens.
Em Tóquio-2020, o Brasil levou sua equipe feminina pela segunda vez, no Rugby Sevens. As Yaras, como são conhecidas, ficaram com a 11ª colocação geral.
Na Bahia, atualmente, há oito clubes filiados. Além do Porto Seguro e do Adustina, competem o Ymborés, de Vitória da Conquista, o Prinds, de Salvador, o Alto de Ondina, de Salvador, o Coroa Vermelha, de Santa Cruz Cabrália, e o Planalto.
Fonte: Bahia Notícias