De acordo com os dados do Censo 2022, o número
de pessoas que se autodeclararam indígenas quase quadruplicou na Bahia,
em comparação ao último Censo, fazendo com que o estado passe a
contabilizar a segunda maior população indígena do país, com um total de
229.103 pessoas. O Censo de 2010 havia contabilizado 60.120 indígenas
no estado, o que corresponde a um aumento de 168.983 pessoas se
declarando ou se considerando indígenas em 12 anos.
Os dados do Censo Demográfico 2022 relativos à população indígena
em território brasileiro foram divulgados hoje (07/08) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento censitário
gerou estatísticas oficiais sobre as autodeclarações, divulgadas em
parceria pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia
(SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).
Do total de 1.693.535 indígenas identificados pelo Censo
Demográfico de 2022 no Brasil, a Bahia abriga em seu território 13,5%
dos autodeclarados, abaixo apenas do Amazonas (490.854 pessoas), que
possui 29,0% do total recenseado nacionalmente. O estado também ocupa a
segunda posição entre aqueles com o maior número de domicílios
particulares permanentes ocupados em que ao menos uma pessoa se
autodeclara indígena (121.166 domicílios). No Brasil, o número de
domicílios contabilizados foi de 630.041. Isso significa que a cada
cinco domicílios brasileiros identificados como indígena um estava na
Bahia.
Em termos relativos, o Censo de 2022 revela que as pessoas que se
autodeclaram indígenas representam 1,62% de toda a população baiana,
quase o dobro da proporção verificada no Brasil como um todo (0,83% da
população). Dentre as unidades da Federação, utilizando esse mesmo
critério, a Bahia possui a quinta mais elevada do país, ficando atrás do
estado de Roraima (15,29%), que lidera o ranking, seguido do Amazonas
(12,45%), Mato Grosso do Sul (4,22%) e Acre (3,82%). Em comparação ao
Censo de 2010, a proporção de população que era indígena na Bahia
correspondia a apenas 0,43%, e no Brasil esse percentual era de 0,47%.
Na Bahia, os três municípios com a maior população indígena estão
incluídos entre os 25 maiores do Brasil. Salvador, com 27.740 pessoas
indígenas em 2022, apresenta o maior contingente no estado, quarto lugar
no ranking nacional de municípios com maior população indígena. Além
disso, é a segunda capital com maior número de indígenas no país.
Destaca-se que a capital baiana ficou atrás de três cidades localizadas
no Amazonas: Manaus (71.713 indígenas), São Gabriel da Cachoeira
(48.256) e Tabatinga (34.497).
Em todo o estado, em 2022, ao menos uma pessoa indígena foi
recenseada em 411 dos 417 municípios da Bahia, o que representa 98,6% do
total. Apenas seis municípios não possuíam indivíduos autodeclarados
indígenas: Cordeiro, Malhada, Piripá, São José do Jacuípe, Saubara e
Sebastião Laranjeiras. Em 2010, a presença indígena foi identificada em
391 municípios, ou 93,8% do total. A população indígena registrou
crescimento em 352 municípios (representando 84,4% do total), apresentou
redução em 56 municípios (13,4% do total) e manteve-se estável ou
inexistente em 9 cidades (2,2% do total).
Apesar de contar com a segunda maior população indígena do país,
segundo o Censo, em números absolutos, a Bahia apresentou o quinto menor
percentual de população indígena vivendo nas 21 Terras Indígenas que
estavam oficialmente delimitadas no estado até 31 de julho de 2022. Do
total de indivíduos que se declararam ou consideraram indígenas no
estado, 7,51% residiam em Terras Indígenas (17.211). Em comparação, em
todo o Brasil, essa proporção alcançava 36,73% (622.066 indígenas de um
total de 1,7 milhão) vivendo nas 573 Terras oficialmente delimitadas.
Considerando as Terras oficialmente delimitadas na Bahia, a maior
parte da população indígena estava presente em 13 municípios, liderados,
em números absolutos, por Porto Seguro (5.117 indígenas em terras
delimitadas), Santa Cruz Cabrália (2.654 indígenas em terras
delimitadas) e Banzaê (2.625 indígenas em terras delimitadas). O
município de Banzaê se destacava pela maior proporção de indígenas em
Terras delimitadas (86,07%), seguido por Itaju do Colônia (83,41%) e
Glória (61,01%).
A equipe técnica da Diretoria de Pesquisas da SEI reforça a
importância das informações disponibilizadas pelo Censo sobre a
população para embasar a formulação, o monitoramento e a avaliação de
políticas públicas para garantir o atendimento adequado às demandas de
diferentes grupos sociais.
Fonte: Ascom/SEI