A possibilidade de ter um reservatório de água tratada ainda é um problema no país. É o que aponta uma pesquisa do Trata Brasil. Cerca de 10,856 milhões de moradias não tinham reservatórios de água em 2022 — ou ainda, 14,7% do total de residências no país. A presidente-executiva do instituto, Luana Pretto, acredita que ainda existem muitos desafios para tentar oferecer mais qualidade de vida a todos os habitantes. Para ela, a precariedade do serviço em determinadas regiões, dificulta ainda mais o processo.

“A população que não tem acesso hoje ao saneamento é uma população de até 20 anos, com um número maior de filhos, uma população autodeclarada parda e preta, com um ensino fundamental incompleto  —e com uma renda familiar de até R$ 2.400. Então uma população que vive muitas vezes em áreas vulneráveis”, observa. 

De 2016 até 2022, o número de moradias em privação cresceu de 10,157 milhões para 10,856 milhões. Segundo Pretto, os números mostram que o crescimento de acesso a essa infraestrutura não acompanhou o crescimento do número de moradias nesse período.

Conforme o levantamento, a maior parte das moradias com privação de reservatórios de água estava localizada nos estados do Nordeste, totalizando 3,473 milhões de habitações em 2022. Lá, 18,4% das moradias ainda não tinham caixa d’água. 

Na opinião da diretora e secretária executiva do Instituto Viva Cidades, Bia Nóbrega, existem estados que estão conseguindo avançar na oferta de um serviço de qualidade à população, mas admite que o esforço poderia ser ainda maior para permitir que a população consiga ter a infraestrutura necessária para viver com água tratada em casa.

“Obviamente, a gente viu avanços muito significativos quando a gente fala que até o final de 2022 a gente já tinha mais de 90 bilhões de reais em investimentos assegurados — e isso já é muito significativo. Mas a gente ainda precisa caminhar para um rumo que realmente leve à universalização em 2033, que ainda parece distante até mesmo com as políticas que a gente tem”, lamenta.

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