Quando se fala na Bahia, vêm à cabeça todas as suas belas praias e sua centenária capital. Nos últimos anos, porém, o oeste do estado é que tem se sobressaído, tanto pelo desenvolvimento econômico como pelo crescimento populacional. Com isso, o mercado imobiliário tem colhido os frutos: apartamentos recém-lançados em cidades da região têm rivalizado em preço com unidades do Horto Florestal, um dos bairros mais valorizados de Salvador.
“Em Renato Gonçalves, na cidade de Barreiras, por exemplo, novos apartamentos chegam a ser vendidos por R$ 15 mil o m2. E são liquidados rapidamente”, atesta Kerley Reis, master franqueado da RE/MAX Brasil, empresa líder em comercialização de imóveis no país. “A demanda é alta, e segue em expansão. Podemos atribuir esse movimento ao agronegócio, atividade econômica preponderante na região, e que tem atraído muitas pessoas de outros municípios e estados”.
O crescimento econômico, ademais, tem sido acompanhado por investimentos em infraestrutura urbana, como estradas, escolas e hospitais. Essa evolução tornou a região mais atrativa para investidores imobiliários e para pessoas que buscam uma melhor qualidade de vida em cidades menores, mas bem estruturadas. Entre os principais produtos agrícolas, vale mencionar soja, milho, algodão e café.
Luiz Eduardo Magalhães é a cidade-símbolo dessa nova fase. É lá onde acontece a Bahia Farm Show, segunda maior feira agrícola do Brasil – só perde para a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). Entre 2010 e 2022, sua população aumentou em 79,5%, chegando a 107 mil. Por outro lado, no mesmo período, Salvador perdeu 9,6% dos seus habitantes, de 2,67 milhões para 2,41 milhões de pessoas.
“São perfis e públicos diferentes. No litoral, os consumidores estão em busca de uma segunda ou terceira residência e, entre eles, há muitos estrangeiros”, diz Reis. “Na capital, com alta verticalização, há mais pessoas procurando sua primeira residência ou imóveis para investimento. A mesma coisa pode ser dita sobre o oeste baiano, que se destaca ainda pela altíssima demanda por locação anual”.