Os reajustes anunciados ontem pela Acelen, dona da refinaria de Mataripe (antiga Refinaria Landulpho Alves, a Rlam, da Petrobras), aumentam a pressão do mercado sobre a Petrobras. Analistas apontam incertezas sobre a venda de refinarias e a manutenção da política de preços praticada pela companhia após críticas relacionadas ao impacto da venda de refinarias aos preços dos combustíveis no mercado nacional.

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De acordo com a Acelen, o preço da gasolina A para as distribuidoras teve alta de 9,7%, em média. O diesel S 10 foi reajustado em 11,3%. E o diesel S 500 teve aumento de 11,5%. O aumento do preço dos combustíveis segue a trajetória de alta global do petróleo após a decisão dos produtores mundiais de petróleo, representados pela Opep+.

Enquanto dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) mostram que a diferença entre os preços internos e os praticados no mercado internacional atingem 13% no diesel e 11% na gasolina, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) aponta que os preços praticados pela refinaria baiana após a privatização são os mais altos do país, contrariando o argumento de que a privatização reduziria os preços dos combustíveis.

A Genial Investimentos comenta que as suspeitas reforçam a tese de que apesar de ser uma boa empresa, o fantasma das refinarias ainda pode afetar a companhia, forçando a movimentações nem sempre benéficas para o negócio.

A Ativa Investimentos avalia que mais importante que a atual defasagem será verificar como ficará a política de execução de preços da companhia após as eleições. “Acreditamos ainda que o movimento de escalada dos preços internacionais poderá pressionar a companhia a elevar os seus preços de derivados no país”, opina a corretora.

A Petrobras informou que não irá repassar a volatilidade internacional para o mercado interno, após rumores de que o governo pressiona a companhia a não elevar os preços até o segundo turno das eleições, que acontecerá no dia 30 de outubro.

Desde 2016 a Petrobras pratica a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que alinha os preços internos da gasolina e do diesel aos praticados no mercado internacional, à variação do dólar e do barril de petróleo, que também considera a necessidade de importação de diesel, em torno dos 30% do total da demanda do País, e na gasolina, apenas 3%.

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