Não parece haver esconderijo seguro para as embarcações da Marinha da Rússia, que foram mais uma vez atingidas por ataques ucranianos nos últimos dias. Conforme intensifica os bombardeios de longa distância, com o aval dos aliados ocidentais para usar as armas que estes lhe forneceram, Kiev alega que afundou um submarino russo e danificou um complexo de mísseis antiaéreos nos últimos dias, segundo relato da agência Associated Press (AP).

De acordo com o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, seus misseis atingiram na sexta-feira (2) um submarino da classe Kilo que “foi atacado com sucesso” e, “com o impacto, afundou no local”. Ele estava no porto de Sebastopol, na Crimeia, de onde gradativamente Moscou vem retirando suas embarcações.

No dia 15 de julho, Dmytro Pletenchuk, porta-voz da Marinha ucraniana, afirmou que a Rússia havia retirado da Crimeia seu último navio de patrulha, a fim de evitar que ele engrossasse as estatísticas de embarcações danificadas ou afundadas pelo inimigo. Mais tarde, no dia 25, disse que “não há mais um único navio de guerra russo no Mar de Azov”, que acessa o Mar Nego através do Estreito de Kerch.

Posteriormente, no final do mês passado, o conselheiro presidencial ucraniano Anton Gerashchenko compartilhou um vídeo de Yevgeny Fedorov, deputado da Duma Estatal pelo partido situacionista Rússia Unida, no qual o político relata o impacto dos ataques ucranianos.

“Onde está a frota do Mar Negro da Federação Russa?”, questiona o deputado. “Ela se foi! Este é um fato da vitória do inimigo.” O próprio Gerashchenko falou no mesmo sentido, declarando que a frota russa do Mar Negro “perdeu, de fato, sua capacidade de combate e foi transferida de Sebastopol para Novorossiysk.”

O suposto sucesso das Forças Armadas de Kiev também teria motivado a retirada de familiares de militares russos da Crimeia. A Newsweek noticiou na semana passada que, de acordo com a inteligência ucraniana, muitos parentes de oficiais estacionados na península foram embora para “salvar suas vidas”, nas palavras de um porta-voz da Diretoria Principal de Inteligência (HUR, da sigla em ucraniano) de Kiev.

Armamento e munição destruídos

O ataque de sexta também teve como alvo, de acordo com Kiev, um complexo que abriga mísseis antiaéreos usados por Moscou sobretudo para proteger a Ponte do Estreito de Kerch, um importante centro de logística e transporte que abastece as forças russas na guerra.

“De acordo com informações confirmadas por unidades das forças de mísseis, em cooperação com unidades das Forças Navais das Forças Armadas da Ucrânia, quatro lançadores do sistema de defesa aérea Triumph foram significativamente danificados”, disseram os militares ucranianos através do Telegram.

Kiev alega que realizou ainda um terceiro bombardeio bem-sucedido contra um campo de pousos e decolagens de aeronaves na região russa de Rostov, desta vez usando drones. Um armazém de munição teria sido atingido na operação.

Em sua atualização periódico, o Ministério da Defesa da Ucrânia afirma que até segunda-feira (5) havia afundado 28 navios da Marinha russa e um submarino, justamente aquele anunciado na última sexta.

Antes, Kiev já havia divulgado que atingiu um submarino russo, em setembro. À época, no entanto, o governo ucraniano admitiu que o alvo não chegou a afundar, mas que “qualquer esforço para colocar o submarino novamente em serviço provavelmente levará muitos anos e custará centenas de milhões de dólares.”

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