TESTES DA AEBI COM RATOS COM CÉLULAS CANCERÍGENAS HUMANAS TIVERAM SUCESSO (FOTO: GETTY IMAGES)

Cura do câncer dentro de um ano? É o que promete uma startup baseada em Israel, afirma o Jerusalem Post. “Acreditamos que poderemos oferecer dentro de um ano uma cura completa para o câncer”, afirma ao jornal Dan Aridor, presidente do conselho da Accelerated Evolution Biotechnologies (AEBI).

De acordo com Aridor, a cura terá benefícios em comparação aos tratamentos disponíveis na atualidade. Ele cita, por exemplo, “nenhum ou quase nenhum efeito colateral a um custo muito inferior do que a maioria dos tratamentos disponíveis”. O tratamento, afirma, seria de algumas semanas.

A cura foi batizada como MuTaTo (multi-target toxin, ou toxina de múltiplos alvos), que usa uma tecnologia chamada SoAP, parte das técnicas de exibição de fagos (phages display), na qual um vírus que infecta uma bactéria pode ser utilizado para desenvolver novas proteínas. Em 2018, aliás, os vencedores do Nobel de Química usavam a técnica de exibição de fagos na evolução.

A técnica da AEBI faz um trabalho similar, mas usa peptídeos. De acordo com Ilan Morad, fundador e CEO da startup, peptídeos são mais baratos, menores e têm produção e controle mais simples.

De acordo com ele, técnicas de cura de câncer em desenvolvimento falham pois miram alvos específicos. A MuTaTo faz exatamente o contrário, usa uma combinação de diversos peptídeos que ataca diversas células cancerígenas ao mesmo tempo. Usar pelo menos três peptídeos na mesma estrutura, diz Morad, “garante que o tratamento não será afetado por mutações”. De acordo com ele, é importante aniquilar completamente o câncer para que não ocorram novas mutações.

Ao Jerusalem Post, ele compara a solução de sua startup à mudança no tratamento da Aids com a chegada do coquetel. “Costumávamos dar diversas drogas [aos pacientes], mas uma de cada vez”, explica. “Durante o tratamento, o vírus sofria mutações e a Aids atacava novamente. Somente quando pacientes começaram a tomar o coquetel, foi possível parar a doença.” Hoje, afirma, pacientes carregam o vírus do HIV, mas não estão doentes. Diferentemente do caso da Aids, porém, com a MuTaTo, as células cancerígenas seriam mortas e não seria necessário tomar medicamentos pelo resto da vida.

De acordo com Morad, os experimentos com ratos carregando células cancerígenas humanas mostraram sucesso. Agora, a startup deve começar testes clínicos, que devem terminar em alguns anos, oferecendo tratamento específico para casos de câncer. “Nossos resultados são consistentes e se repetem”, afirma Aridor.

Fonte: Época negócios

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