A Polícia Federal já recebeu autorização para ouvir o ministro da Educação, Milton Ribeiro, sobre uma acusação de homofobia baseada em uma fala sobre educação sexual nas escolas. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) pediu o depoimento antes de analisar se o inquérito deve ser aberto ou não.
A acusação formal foi feita pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros. De acordo com a denúncia, as declarações podem caracterizar uma infração penal ao induzir ou incitar a discriminação ou preconceito.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro afirmou: “Acho que o adolescente, que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato, e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”.
Após a repercussão negativa da fala, o ministro emitiu uma nota oficial e alegou que as declarações foram tiradas de contexto nas redes sociais.
“Minha fala foi interpretada de modo descontextualizado. Jamais pretendi discriminar ou incentivar qualquer forma de discriminação em razão de orientação sexual. Ademais, trechos da fala, retirados de seu contexto e com omissões parciais, passaram a ser reproduzidos nas mídias sociais, agravando interpretação equivocada e modificando o real sentido daquilo que se pretendeu expressar. Por fim, nesta oportunidade, diante de meus valores cristãos, registro minhas sinceras desculpas àqueles que se sentiram ofendidos e afirmo meu respeito a todo cidadão brasileiro, qual seja sua orientação sexual, posição política ou religiosa”, pontuou o ministro.
Fonte: Bahia Notícias