
A Polícia Militar do Ceará confirmou que 800 militares da reserva se apresentaram para reforçar a segurança do estado, que vive uma série de ataques criminosos. O efetivo participou de uma reunião no Ginásio Paulo Sarasate, no Centro de Fortaleza, e 150 agentes da segurança pública iniciaram o trabalho nas ruas da capital nesta sexta-feira (18).
A convocação dos policiais da reserva foi uma das medidas adotadas pela Secretaria da Segurança Pública para tentar conter a onda de ações criminosas. Desde o dia 2 de janeiro, foram confirmados 210 ataques em 46 dos 184 municípios cearenses. De acordo com a secretaria, 383 pessoas foram capturadas por envolvimento nos crimes.
Nesta sexta-feira (18), 17º dia de ataques no estado, criminosos incendiaram um ônibus no Bairro Quintino Cunha, periferia de Fortaleza. Os criminosos ordenaram que funcionários e passageiros do veículo descessem e atearam fogo; dois homens foram presos, e duas mulheres estão foragidas. Não houve feridos.
O retorno ao serviço foi o momento para reencontrar antigos colegas da corporação e também fazer um balanço do aumento da violência. “Mudou muito, a população cresceu e tudo é proporcional!”, disse o sargento Carlos Wilson Nascimento Lionel, 53 anos, que volta ao serviço após cerca de 5 anos na reserva. Para ele, hoje as facções e o tráfico de drogas são maiores. “Quando nós entramos [na PM], isso existia muito pouco”, afirmou.
O sargento, que passou 30 anos na Polícia Militar, pretende retornar ao policiamento ostensivo para contribuir com a segurança da população. Apesar da experiência, ele avalia que o físico pode ser uma das dificuldades nesse retorno.
“O que faz a gente pensar em voltar é a segurança do coletivo. Tudo que estou defendendo, a minha família está incluída. Mas a vista já não é a mesma, o corpo já não é o mesmo. Você pode até ter boa vontade, mas o seu corpo não permite. É como um jogador de futebol com 21 anos e depois com 35. Tem a vontade, mas o corpo não aceita”, disse.